Que posso eu dizer do meu dois mil e sete?
Foi um ano de muitas mudanças, recheado de bons (poucos) e maus momentos, reflexão, indecisões e um coração partido.
Entrei em '07 com muita esperança e coragem. Era um ano decisivo a nível profissional. Acabei o estágio de 6 meses, licenciei-me e andei (e continuo) à procura de emprego. Fui , ao longo desses 6 meses, perdendo muita da minha esperança: saber o que quero fazer para sempre continua longe e nem estes últimos 5 meses de reflexão ajudaram.
Logo no início de '07 conheci alguém que mudou a ordem estabelecida pela minha racionalidade para conduzir a minha vida. Perdi muitas vezes todo o controlo das minhas emoções, o meu bom senso. Foi a primeira vez que aconteceu. Feliz (ou infelizmente, ainda não sei) nunca nos entendemos e o que aconteceu entre nós, nunca foi uma relação (de amizade, amor ou paixão). Talvez seja uma atracção muito forte com potencial para qualquer coisa que desconheço. Por mais que se esteja à espera, alguém dizer-nos que não nos quer mostrar nem um bocadinho de si, dilacera qualquer coração à prova de bala. Mesmo assim, aprendi contigo C., ou melhor, apreendi de ti, a vontade de querer ser melhor, de querer sempre mais.
Não posso esquecer também os momentos de genuína felicidade injustificada...aquelas alturas em que uma boa risada resolve momentaneamente qualquer problema da alma, e felizmente '07 ainda me trouxe alguns destes instantes.
Nunca aceitei facilmente o que de pior a vida me tem trazido, aliás, é-me difícil aceitar quase tudo que não posso controlar. Mas é assim a natureza humana, e eu tenho aprendido à minha custa.
Espero que 2008 seja um ano em que possa recomeçar, uma eterna lua nova.
Recomeça….
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…
Miguel Torga (via Ler para crer)
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