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Penso muitas vezes no nosso encontro. Obra do divino, atrevo-me a pronunciar.

Ao início tímido, assombrado pelos meus medos e fantasmas. Contudo, a luz espreitava pela porta entreaberta. És curioso e destemido. Atrevido, diria.

Hoje posso dizer que me encantas. E nem sei por onde começar.

Encantas-me enquanto cantas ao pé do meu ouvido, quando me levas a um local secreto, quando me(nos) retratas em verso, quando me ofereces flores, ou me dedicas um livro. Encantas-me quando me abraças a meio da noite e dizes que me amas, me aqueces os pés, me aconchegas a manta no sofá ou me dizes: É para levantar…és mesmo sorna! Encantas-me mesmo quando ficas com aquele nó na garganta na despedida ou te irritas no trânsito.

Somos cúmplices quando sei que estamos a pensar exactamente o mesmo. Somos sinceros quando confessamos os nossos receios um ao outro. Somos companheiros quando abdicamos de algo em prol um do outro.

Chegámos ao ponto mais alto. Sabes que me entrego a ti, e que, dizer que te amo, é tudo.

Sinto que podemos e queremos ser um. Começamos a falar na primeira pessoa do plural.